[ Dia 01-09-2004 ] – Grupo de cidadãos está preocupado com a variante de Alcochete

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Grupo de cidadãos está preocupado com a variante de Alcochete

O Fórum Cívico Pensar Alcochete (FCPA) está preocupado com as consequências da construção de uma variante que “vai dividir a vila em dois territórios distintos”. Um membro do FCPA, Fernanda Guerreiro, argumenta que “separar a população é desastroso” e que “Alcochete tem condições para ser um concelho modelo”. Contudo, com estas opções, “está a empenhar o futuro”. O presidente da Câmara de Alcochete, José Inocêncio, contrapõe que a variante “não representa perigo” e que “é uma irresponsabilidade parar, agora, uma obra desta natureza”.

O FCPA é constituído por um grupo de cidadãos e, actualmente, está descontente com o projecto da 2ª fase da variante que vai separar a urbanização dos Barris, da dos Flamingos. Trata-se de uma zona em crescimento, e estas opções “devem ser feitas fora das áreas de expansão”. A intenção de criar uma escapatória para desviar o trânsito pesado do centro da vila “é boa”, mas “não pode cortar a vivência normal das pessoas”.

José Inocêncio sublinha que a função base da variante “é distribuir o trânsito por todo o concelho” e, em termos de urbanismo, “está correcta”. As variantes “são usadas no mundo inteiro”. O Montijo, por exemplo, tem uma que “funciona muito bem”. O traçado está no Plano Director Municipal (PDM) desde 1997, ou seja “não é um projecto deste executivo”. Agora vai ser aplicado “o que está projectado há anos” e a câmara “concorda plenamente com a construção da variante”

As consequências financeiras de parar uma obra desta dimensão são “gravíssimas”. Por dia, a câmara “teria de pagar milhares de euros de indemnização” à empresa a quem foi adjudicada a obra. “Era uma irresponsabilidade”, remata o autarca. Aliás, “faltam outras fases” e a empreitada “é financiada, quase a 100%, pela Administração Central”. Já existe uma estrada no local há anos que “vai ficar apenas mais larga”. Trata-se de um troço “que pode ser atravessado normalmente e em condições de segurança”.

Mesmo assim, o FCPA continua apreensivo porque o grosso da população e das crianças de Alcochete “mora nestas urbanizações”. Além disso, as escolas Secundária e C+S ficam separadas por um eixo rodoviário de quatro faixas, o que “afecta a segurança das crianças e jovens”. Trata-se de “uma verdadeira auto-estrada com separador central”. Os alunos da C+S têm de se deslocar diariamente à escola secundária “para utilizar o pavilhão” porque actualmente “não têm um equipamento semelhante”. No entanto, o presidente da câmara garante que “as duas escolas vão ficar ligadas por uma passagem aérea”.

Fernanda Guerreiro acrescenta que a variante “prejudica o ambiente”. O ruído junto às habitações “aumenta” e o acesso ao centro de saúde “fica limitado”. José Inocêncio contrapõe que o acesso ao centro de saúde “continuará a ser pelo mesmo sítio”. Para o presidente, este tipo de afirmações “demonstram ignorância” em relação ao projecto. O FCPA “é uma iniciativa do Partido Popular” que “revela uma forma enviusada de fazer política”. seta-7084822