[ Dia 10-09-2004 ] – Freeport de Alcochete inaugura sem licenças.

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Freeport de Alcochete inaugura sem licenças

“Era completamente ridículo se, por uma questão de menor importância, se impedisse a realização de um evento desta natureza”. São palavras do presidente da Câmara de Alcochete, José Inocêncio, que põe fim à polémica dos últimos dias, em torno do processo de licenciamento do ‘outlet’. O autarca refere que, “a partir do momento em que foram dadas garantias com a entrega da documentação definitiva do projecto”, o processo pode continuar.

O autarca admite que o ‘outlet’ da Freeport “foi inaugurado sem licença de utilização”, embora a empresa tenha procedido à entrega dos documentos que faltavam para o seu licenciamento. Segundo José Dias Inocêncio, “faltava entregar um documento fundamental que era o projecto de arquitectura definitivo com todas as alterações previstas”. Sem este projecto era “impossível” para a autarquia emitir a licença de utilização.

O autarca socialista adianta que se trata de uma situação “normal”, e frisa mesmo que “99% dos estabelecimentos desta natureza abrem as portas antes de ser emitida a licença de utilização”. Depois do autarca ter afirmado na comunicação social que não se deslocava a inauguração do ‘outlet’, tudo aconteceu “muito rápido”. “Em cerca de 24 horas a Freeport procedeu à entrega de toda a documentação necessária na Câmara Municipal”, pouco tempo antes da cerimónia de inauguração daquele que é considerado o maior ‘outlet’ da Europa.

Segundo o autarca socialista, “ainda não houve tempo para passar a licença de utilização” porque “os documentos entregues ainda não foram analisados”. No entanto, a regularização do projecto “é apenas uma questão de tempo”. Para José Inocêncio, um evento desta natureza, “com projecção internacional e que contou com a presença de elementos da família real britânica”, não poderia deixar de se realizar, por “uma questão burocrática” como é a análise de documentação.

José Inocêncio comenta também as críticas feitas pelos dirigentes da Federação Nacional do Comércio, que apelaram quarta-feira ao “imediato encerramento” do novo Freeport de Alcochete por falta de licença de utilização comercial. O presidente da autarquia refere que esta associação representa um grande número de lojistas que “têm muitas queixas em termos globais”, e adianta que, naquele concelho, “não houve um único comerciante que reclamasse contra o novo empreendimento comercial”.

Empreendimento demonstra vitalidade do concelho

Para o ministro das Cidades, José Luís Arnaut, o investimento da Freeport Leisure em Alcochete representa “a grande confiança que os empresários estrangeiros depositam em Portugal”. O ‘outlet’ vai criar mais de cinco mil postos de trabalho, directos e indirectos, e isto é, no entender do governante, “um sinal da grande vitalidade do concelho e de país”. O ministro mostra também grande confiança na retoma da economia portuguesa e refere que “os últimos dados económicos referentes a Agosto consolidam o crescimento económico do país”.

O presidente da Freeport, Sean Collidge, mostra-se também “muito satisfeito” com a abertura do empreendimento em Alcochete. Reconhece que “ainda há um longo caminho a percorrer”, mas acredita que todas as entidades envolvidas “vão ficar contentes com o projecto”.

A festa da inauguração oficial do Freeport de Alcochete contou com as actuações da banda portuguesa GNR e do cantor pop britânico Tom Jones, que actuaram perante centenas de espectadores. O maior ‘outlet’ da Europa ocupa uma área equivalente a 55 estádios de futebol, reunindo 240 lojas, 40 restaurantes, 21 salas de cinema com capacidade para 5.000 lugares e um anfiteatro ao ar livre, para espectáculos de música e animação.seta-3661156