Regresso às aulas
Escolas de Montijo e Alcochete não arrancam a 16
As escolas do ensino básico do concelho de Alcochete “não estão em condições de abrir as aulas no dia 16 de Setembro”. O mesmo se passa com o Agrupamento Escolas de Pegões, no Montijo. Os conselhos executivos enfrentam o problema de falta de professores e aguardam pela saída da lista de colocações, na próxima semana. Uma coisa é certa, as aulas “não vão começar na data definida pelo Ministério da Educação”, nem sequer há condições nestas escolas para assegurar actividades não lectivas.
A responsável pelo Agrupamento Escolas de Alcochete, Augusta Alves, revela que “há apenas 40% de professores colocados”, o que “não chega para assegurar o início das aulas a 16”. Como a escola “não pode recorrer a contratações”, resta “aguardar pela lista de colocação de professores”. No caso do pré-escolar, a situação não é tão grave e as aulas devem começar no dia definido pelo ministério, para a maioria das salas. Num universo de nove educadores, “faltam ainda colocar três”.
As escolas só deverão abrir no dia 20 de Setembro, “caso não se verifique atraso na colocação dos professores”, anunciada para o início da próxima semana. Há, por isso, o risco de esta não ser ainda a data final de abertura das escolas de Alcochete. Além disso, a falta de professores “atrasa muitos outros processos”. É o caso da elaboração dos horários e das eleições dos órgãos do conselho pedagógico e coordenadores de docentes. Isto só pode acontecer “na presença de todos os professores”.
A falta de docentes é, de facto, o problema mais grave em Alcochete, já que “as escolas recebem o melhor apoio possível da Câmara Municipal”. “Tudo o que diz respeito à autarquia, como obras, contratação de funcionários e abertura de refeitórios, está a postos”, sublinha Augusta Alves. O calcanhar de Aquiles é mesmo “a postura do Ministério da Educação”.
“Por parte do ministério falha tudo”, refere a responsável que tem sentido “falta de apoio e orientação” por parte da tutela. Aponta como exemplo o facto de não ter conseguido receber qualquer resposta aos vários pedidos de autorização para as escolas abrirem somente no dia 20. Além disso, responsável pelas Escolas de Alcochete não recebeu, “oficialmente”, qualquer directiva para organizar actividades não lectivas.
Na Escola Básica dos 2.º e 3.º ciclos El-Rei D. Manuel I, que este ano deixa de ter ensino secundário, o panorama não é muito diferente. A presidente do conselho executivo, Ana Fidalgo, refere que “faltam cerca de 30 professores” e há professores já colocados que, no entanto, “aguardam o destacamento para outras escolas”. A escola aguarda pelas listas de colocação e só vai abrir as portas aos alunos no dia 23 de Setembro.
No concelho do Montijo, o Agrupamento Escolas de Pegões vive uma situação idêntica à El-Rei D. Manuel I. A presidente do conselho executivo, Anabela Carapinha, adianta que “todo o trabalho de planificação está atrasado devido à falta de professores”. Nas escolas de 1.º ciclo “só há um professor”. A responsável aguarda pelas listas de colocação e manifesta esperança de “conseguir fazer numa semana todo o trabalho que já deveria estar concluído”. Certo é que “não há condições para abrir no dia 16”.
Anabela Carapinha afirma ainda que não recebeu nenhuma directiva oficial do Ministério da Educação com o calendário escola, tendo obtido o mesmo através de Diário da República. Diz ainda que as escolas de Pegões “não têm condições para assegurar actividades não lectivas”, antes do início das aulas. Além disso, “não seria justo para os alunos que moram tão longe fazê-los deslocar-se à escola para não terem aulas”.