Pinhal Novo incentiva o uso de transportes públicos
Entre 20 e 25 de Setembro, os moradores de Pinhal Novo podem usufruir de um autocarro “muito especial”. “Para incentivar a uma mobilidade correcta”, a Junta de Freguesia de Pinhal Novo (JF) organiza carreiras que “fazem o circuito do centro urbano e que param nos principais pontos de comércio e serviços da freguesia”. O presidente da JF, Álvaro Amaro, explica que o objectivo “é mostrar as vantagens do uso de transportes colectivos nas deslocações do quotidiano”.
Esta iniciativa surge no âmbito do programa “Mais mobilidade, Melhor Pinhal Novo”. Mas, não se trata do habitual “Dia sem Carros”. O encerramento das ruas, o apelo ao uso da bicicleta e à redução do trânsito automóvel “é importante”. Contudo, a freguesia quer contribuir “para uma mobilidade sustentável”, o que “só é possível através de uma aposta nos transportes colectivos para o centro urbano”.
Existem equipamentos colectivos, como as escolas, o mercado, as lojas, os CTT, que são usados com frequência pelos moradores da freguesia. Álvaro Amaro quer que o acesso a estes bens seja “facilitado”, pois “facilita a educação para uma nova atitude”. Quem utilizar o autocarro paga “uma tarifa simbólica de 50 cêntimos”. O valor serve, exactamente, “para ensinar que a qualidade no transporte tem custos”.
A necessidade de melhorar a mobilidade das crianças “é prioritária”. Numa vila que tem quatro escolas básicas com 2000 a 3000 alunos “é preciso convencer os pais a não levarem as crianças à escola de carro”. Mas, para isso, “têm se ser criadas alternativas”.
O Pinhal Novo conta com boas ligações a Setúbal e a Lisboa e com “o maior entroncamento ferroviário do sul”. Paralelamente, a deslocação no centro “é reduzida”. Apesar da freguesia ser cruzada por vários eixos que dificultam a circulação a pé, quer a quem vive na parte sul, quer aos moradores da zona norte, “não há transportes para o centro urbano”. A situação da periferia rural ainda “é pior”.
A JF já reuniu, várias vezes, com a direcção dos Transportes do Sul do Tejo (TST), que “ficou sensibilizada com o problema”. A maior barreira ao investimento dos TST “é o fraco retorno financeiro de eventuais carreiras”. Apesar da conjuntura desfavorável, Álvaro Amaro garante que a freguesia “vai continuar a pressionar”, principalmente, porque “o desenvolvimento tem sido grande”. Há muitas urbanizações novas que “aumentam a pressão sobre a mobilidade”.