Projecto brasileiro para Siderurgia Nacional
arranca em Janeiro
As obras de construção de uma unidade de laminagem a frio e acabamento nos terrenos da Siderurgia Nacional, no Seixal, devem arrancar em Janeiro. A unidade vai ocupar 30 hectares dos terrenos da Siderurgia Nacional e criar 4000 postos de trabalho. Contudo, o líder da bancada socialista da Assembleia Municipal do Seixal, José Assis, adianta que um Estudo de impacto Ambiental (EIA) concluiu que “o solo está contaminado com poluentes orgânicos”.O projecto “só pode avançar depois da descontaminação dos solos”.
Tal como o ministro da Economia anunciou há alguns meses, em Setúbal, o empreendimento da Companhia Siderúrgica Nacional do Brasil representa um investimento de mais de 300 milhões de euros. A nova unidade, a construir na aldeia de Paio Pires, vai produzir mais de um milhão de toneladas de bobina de aço e criar mais 4000 postos de trabalho.
O “Setúbal na Rede”contactou a Lusosider, empresa do grupo da CSN, mas fonte da empresa afirma que o director, João Audi, “não está habilitado para dar informações sobre esse projecto”. Isto porque “trata-se de um investimento no qual não vai ter qualquer participação e todos os pormenores só podem ser conhecidos junto da CSN”. O nosso jornal contactou, por isso, o gabinete de imprensa da CSN e aguarda por uma resposta ao pedido de esclarecimentos.
A bancada do Partido Socialista na Assembleia Municipal do Seixal exige a constituição de uma “comissão municipal para acompanhar o processo”. O PS já fez um requerimento ao presidente da Câmara do Seixal com esta exigência, mas até ao momento “não houve qualquer resposta”. Além disso, o líder da bancada, José Assis, acusa o conselho de administração da SN Serviços de “não prestar toda a informação devida” sobre o estudo que deu origem ao EIA, em consulta pública até ao dia 29 de Setembro.
O EIA refere um estudo realizado pela SN Serviços segundo o qual os solos onde deverá ser instalada a unidade de laminagem a frio “já estão contaminados, essencialmente com poluentes orgânicos”. José Assis quer conhecer mais pormenores sobre esse estudo que revela “não ser possível a construção da unidade de laminagem a frio sem que se proceda antes à descontaminação dos solos”.
Por isso, José Assis considera que “a pressa do presidente da câmara não é boa conselheira”. Isto porque, segundo explica, Alfredo Monteiro terá dito que ao faltarem apenas cerca de três meses para o início das obras, “a autarquia tem de se apressar a emitir as licenças de construção”. Isto é “grave”, porque “a situação ambiental na Siderurgia Nacional ainda não está esclarecida” e, assim, “o projecto não pode avançar”, refere José Assis.
A responsabilidade de descontaminação dos solos é da Siderurgia Nacional, mas “com o devido acompanhamento e fiscalização por parte do Governo”. O responsável afirma que a proposta de PIDDAC da Câmara Municipal “contempla uma verba para a solução ambiental da Siderurgia Nacional”. “Então, se a câmara está preocupada com isto significa que terá algum projecto para a descontaminação daqueles solos”, refere José Assis.
Apesar de tudo, este responsável não tem dúvidas que está em causa um projecto “muito importante para a economia, não só da região, como do país”, já que representa um grande investimento e a criação de 4000 empregos.