Operação Nariz Vermelho
chega ao Hospital Garcia de Orta
A Operação Nariz Vermelho chegou, hoje, oficialmente, ao Hospital Garcia de Orta, em Almada. O principal objectivo “é conseguir proporcionar a boa disposição” e “levar alegria às crianças que estão internadas” nos hospitais, refere Beatriz Quintella, uma das fundadoras do projecto. A responsável acredita que o bom humor “é um factor determinante para o processo de cura da criança”.
Todas as semanas, às terças-feiras, os doutores palhaços “vão estar a alegrar as crianças e familiares” e também os médicos e enfermeiros do Garcia de Orta, que tem uma equipa de profissionais “fantástica”. Para Beatriz Quintella, “é uma honra” poder trabalhar no Hospital de Almada, mas “também em todos os outros onde o projecto já se iniciou”. Mas o dia de hoje foi “especial”, já que, “finalmente”, a Operação Nariz Vermelho ”conseguiu chegar à margem sul do Tejo”.
Beatriz Quintella explica que este “é um trabalho muito complexo e cansativo”, mas também “muito gratificante”. No entanto, “há ainda muita coisa por fazer”, porque “é preciso chegar a mais crianças”. Quando chegam perto das crianças, os doutores da alegria tentam “fazê-las sorrir”, mas “com o cuidado de tentar não assustá-las”, pois algumas “não aceitam as brincadeiras de imediato”. No entanto, a taxa de sucesso é muito positiva, pois “cerca de 97% das crianças ficam felizes pela visita dos palhaços”. A responsável salienta que os palhaços “não querem faltar ao respeito e à dor do paciente e do familiar”, mas “apenas ajudar”.
Desde o início do projecto, “há três anos”, os doutores palhaços “já fizeram sorrir 38 mil crianças” por todo o país. As nacionalidades dos 12 profissionais variam entre a espanhola, a portuguesa, a brasileira, a americana e a alemã. “O ideal era conseguir ter 25 profissionais a trabalhar nos hospitais”, alerta Beatriz Quintella. Os hospitais Amadora-Sintra, Santa Marta, em Lisboa, e o Pedro Hispano, em Matosinhos “são os próximos a receber a Operação Nariz Vermelho”, refere a responsável.
A directora do serviço de Pediatria do Hospital Garcia de Orta, Ana Jorge, acredita que este projecto “tem uma grande importância”, porque “faz com que as crianças se sintam melhor e mais alegres, apesar de estarem internadas”. Os doutores palhaços “não alegram só as crianças”, mas também “os médicos e os enfermeiros”. Ana Jorge espera que este projecto “seja para toda a vida”.
Várias têm sido as entidades que têm ajudado a associação, pois esta “não tem fins lucrativos”. A empresa GlaxoSmithKline tem estado desde o primeiro momento com a Operação Nariz Vermelho. A directora de comunicação da empresa, Marta Mello Breyner, revela que a Operação Nariz Vermelho também “já chegou ao Hospital de S. Bernardo, em Setúbal”. No dia 9 de Novembro, o trabalho de “humanização do espaço” vai ser iniciado nesta unidade. Cada hospital tem uma mascote, sendo que a do Hospital Garcia de Orta “é uma baleia”, e a do Hospital de S. Bernardo “é um bernardo montado num golfinho”.
No Hospital Garcia de Orta os palhaços que alegraram, hoje, as crianças eram o Doutor Pipoca e a Doutora da Graça. O Diogo, de três anos, e Júlia, de três meses, estão no mesmo quarto. Por momentos, com a presença dos doutores palhaços um sorriso surgiu da cara do Diogo. A Júlia, mesmo muito pequenina, demonstrou aos palhaços que estes conseguiram alegrá-la.
A Operação Nariz Vermelho já está em sete hospitais do país, o Dona Estefânia, o de Santa Maria, o Instituto Português de Oncologia, o Hospital São Francisco Xavier, o Pediátrico de Coimbra, o Instituto Português de Oncologia do Porto e o Hospital Garcia de Orta. Neste momento, estão a trabalhar neste projecto dois artistas por cada hospital. 