Utentes do Seixal reúnem 60 mil
assinaturas pela construção do hospital
As comissões de utentes da saúde do concelho do Seixal conseguiram recolher “57 mil assinaturas, até ao momento”, para reivindicar um hospital para o concelho. No entanto, o membro da comissão de utentes de Corroios, Manuel Soares, sublinha que “ainda falta recolher muitas assinaturas”, por isso o número “pode aumentar”. O que importa “é que o objectivo foi conseguido”, salienta.
A luta por um hospital para o Seixal “vai continuar”, nomeadamente com a recolha de assinaturas, pelo menos, “até ao final do ano”. As que já foram recolhidas “vão ser entregues ao primeiro-ministro e na Assembleia da República”, para que “o assunto seja discutido no Parlamento”. Manuel Soares faz um apelo aos políticos locais para “fazerem pressão junto dos representantes do Governo”.
Manuel Soares garante ao “Setúbal na Rede”que “existe um estudo que justifica outro hospital no Seixal”. Isto porque, o Hospital Garcia de Orta “já não consegue prestar um bom serviço, aos cerca de 400 mil habitantes dos três concelhos, Almada, Seixal e Sesimbra”. No entanto, a construção de um hospital no Seixal ficou novamente adiada, já que o PIDDAC para 2005 não contempla verbas para este projecto.
Neste momento, “é importante definir o enquadramento do hospital” e “passar à prática o mais rápido possível” na construção da unidade. Na opinião de Manuel Soares, “não basta que o Governo dê o dinheiro e diga para se fazer”, mas sim que “existam condições”. O responsável aponta como exemplo o facto de o Governo ter anunciado que o Hospital Garcia de Orta “ia passar a ter uma capacidade formativa” e ajudar a Faculdade Nova de Lisboa, no Monte da Caparica. Manuel Soares considera que esta solução “é boa”, já que “há alguns anos que se luta por uma Universidade de Medicina na Península de Setúbal”. Mas, para isso, “é preciso existir condições” e isso “não acontece”.
O departamento de psiquiatria, do Hospital Garcia de Orta, que serve os utentes do concelho do Seixal, era feito na Santa Casa da Misericórdia deste concelho. Entretanto, o serviço “foi transferido para o Centro de Saúde da Amora”. “A falta de especialistas é um dos problemas que ainda continua”, lamenta Manuel Soares. No princípio do ano, “houve uma redução de seis médicos para apenas um”, o que Manuel Soares considera “ser mau”. Ao que tudo indica, mas “ainda sem dados concertos”, o número de especialistas terá voltado a aumentar mas “ainda não estão reunidas as devidas condições”.
Os recursos humanos também “ainda estão por definir”, pois “não se sabe quais são os tipos de contratos” das pessoas que lá trabalham. De acordo com Manuel Soares, “está no segredo dos deuses tudo o que diz respeito a estes contratos feitos pelos hospitais S.A.”.