ENTRE LINHAS
por Brissos Lino
(Professor Universitário
O recente e já famoso romance de Dan Brown, “O Código Da Vinci” está na ordem do dia. O livro é mais um fenómeno de popularidade, mesmo para os portugueses, pouco dados a estas coisas da leitura.
A meu ver, o sucesso deste título, deve-se essencialmente a três razões. Primeiro porque o género de narrativa, típico da literatura policial, sempre encontrou muito eco no público. A estória começa com um assassínio e mantém o suspense até ao fim. Em segundo lugar, porque se trata de um ataque aos fundamentos judaico-cristãos da civilização ocidental. Em último lugar porque quem não está interessado na verdade, rapidamente dá espaço à mentira.
Ao afirmar coisas como:
- que Jesus se casou com Maria Madalena, e que esta seria a sua legítima sucessora e líder da igreja primitiva,
- que Jesus nunca foi Deus, tendo essa “mentira” sido inventada pelo imperador Constantino no Concílio de Niceia.
- Que os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João não ensinam a verdade sobre Jesus.
- Que a igreja teria escondido os verdadeiros evangelhos escritos pelas seitas gnósticas.
- E que Leonardo da Vinci manteve essas informações nas suas pinturas mundialmente famosas, mais não faz do que declarar que, à excepção do grande artista do Renascimento e dele próprio, o autor, todos mentiram e mentem.
Há por aí muita gente incomodada com este livro. Quanto a mim, tanto se me dá. É bom não esquecer que se trata de literatura de ficção. Brown descobriu uma mina de ouro, e fez o papel dele. Mas a verdade é que, quem tem convicções fortes não se deixa abalar com um livro onde o perigo está apenas em não ser capaz de discernir as referências a factos históricos, verídicos, misturadas com elementos pretensamente reais, mas que não passam de fantasia da cabeça do autor.
Para mim, cristão convicto, Jesus não só nunca casou com Maria Madalena, como nunca teve nada demais com ela.
Para mim Jesus é Deus.
Para mim, os evangelhos ensinam a verdade porque são Palavra da Verdade.
Seria bom que os Portugueses que se afirmam como cristãos conhecessem melhor a Bíblia, até porque é a sua abordagem que gera a fé, sem a qual nada é possível. E se assim fosse, ficavam concerteza menos incomodados, até porque a Palavra de Deus fala sempre mais alto do que a palavra de um qualquer senhor Brown.
É tudo uma questão de fé.