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Vitória derrotado no tira-teimas do primeiro lugar
Na deslocação à Luz, o Vitória de Setúbal perdeu três pontos no jogo que definiria o líder isolado da SuperLiga. A equipa sadina saiu derrotada por quatro golos sem resposta, e acabou por perder o primeiro lugar. Para José Couceiro o resultado é “exagerado” mas a vitória do Benfica foi “justa”. Segundo Álvaro Magalhães, técnico-adjunto do Benfica, a equipa “quis ganhar o jogo” e os jogadores “estão de parabéns”.
Local: Estádio da Luz, Lisboa
Árbitro: Paulo Costa
Vitória F. C.: Marco Tábuas, Manuel José, Veríssimo, Hugo Alcântara, Nandinho, Sandro, Ricardo Chaves, Igor (Bruno Moraes, 64’), Jorginho, José Rui (Pedro Oliveira, 64’) e Meyong.
Treinador: José Couceiro
Disciplina: amarelo aos 76 minutos para Pedro Oliveira
Benfica: Moreira, Amoreirinha, Luisão, Argel, Dos Santos, Geovanni (Bruno Aguiar, 83’), Petit (Everson, 80’), Manuel Fernandes, Simão, Nuno Gomes (Sokota, 25’) e Karadas.
Treinador: Giovanni Trapattoni
Disciplina: amarelo aos 58 minutos para Dos Santos, aos 74 para Amoreirinha e aos 87 para Manuel Fernandes
Golos:
1-0 – Karadas (31’)
2-0 – Sokota (50’)
3-0 – Geovanni (72’)
4-0 – Simão (90’)
No encontro do Estádio da Luz estava em jogo o primeiro lugar da SuperLiga. Sadinos e encarnados estavam empatados pontualmente e no jogo do tira-teimas o Benfica acabou por levar a melhor. A equipa do Vitória tinha marcado em todos os jogos que realizou e pretendia continuar mas, frente ao Benfica, os sadinos não abriram o marcador.
O Vitória de Setúbal “não conseguiu alcançar o objectivo” a que se propunha, que era “entrar no Estádio da Luz a marcar”. Couceiro revela que a “estratégia” estudada “não resultou” e que é o “principal responsável pela derrota”. O treinador sadino recusa “responsabilizar os jogadores” vitorianos e sobretudo o brasileiro Jorginho pela derrota.
Segundo o treinador sadino, o Vitória “entrou bem no jogo” e “podia ter marcado”. O técnico fez “alterações à equipa” para o jogo frente ao Benfica, com o desejo de “poder ganhar”. O encontro até começou renhido e era notório o que estava em jogo e o que as ambas as equipas pretendiam.
No entanto a equipa vitoriana começou a “perder algum controlo” do meio campo, e quem aproveitou foi a equipa do Benfica que rapidamente tomou conta do jogo. Os encarnados criavam cada vez mais oportunidades de golo e chegavam com enorme facilidade à grande área do Vitória, que defendia como podia.
Foi sem dificuldade que, à passagem da meia hora de jogo, o Benfica se adiantou no marcador com um golo de Karadas. Simão, na marcação de um canto no lado esquerdo, põe a bola na cabeça de Karadas que coloca o Benfica a vencer.
O jogo estava controlado pelos encarnados que a todo o instante atacavam as redes de Marco Tábuas. A equipa do Vitória demonstrava muitas dificuldades em chegar perto da baliza de Moreira, que passou a primeira parte muito descansado. O jogo ia para intervalo e na opinião de José Couceiro o Vitória, depois de sofrer o golo, deveria de “procurar empatar o jogo” o mais depressa possível.
A segunda parte começou como terminou a primeira e o Benfica geriu a vantagem de um golo como bem queria. A equipa do Vitória regressava na mesma apatia e sem dificuldade o Benfica dilatou a vantagem. O segundo golo foi marcado por Sokota que havia entrado para substituir Nuno Gomes, que saiu por lesão.
A equipa sadina não criava quaisquer situações de perigo e o ataque benfiquista contava com o quíntuplo dos remates vitorianos. Com a perda total do controlo do jogo e a perder por dois a zero, o Vitória procurava de vez em quando criar algumas situações de perigo para a baliza de Moreira.
No entanto, à entrada do último quarto de hora do jogo, o Benfica faz o terceiro golo desta vez pelo brasileiro Geovanni. Nada mais havia a fazer para os vitorianos senão tentar reduzir a desvantagem. Apenas a terminar o jogo, o Benfica reduziu um pouco o seu poder ofensivo e o Vitória passou a rematar mais com algum perigo, tendo desperdiçado uma hipótese de chegar ao golo a remate de Meyong.
O jogo estava prestes a terminar e o Vitória a somar a primeira derrota fora de casa na SuperLiga e o primeiro jogo sem marcar golos. Já sobre o minuto noventa, Simão, numa jogada de génio, fuzila Marco Tábuas num grande golo a fechar a contagem do marcador.
Álvaro Magalhães, treinador adjunto de Trapatoni referiu o “bom resultado e a boa exibição do Benfica”. Segundo o técnico o Benfica “estava ferido no orgulho” e acabou por “fazer um bom jogo”. O adjunto gostou da “personalidade” da equipa que sempre mostrou que “queria ganhar”.
O Benfica não tem que se preocupar com os adversários, refere Álvaro Magalhães, ao salientar que o mais “importante” é o Benfica estar na “frente do campeonato”.
Segundo Couceiro, o Benfica na segunda parte teve um “nível de eficácia muito elevado” e conseguiu “o que queria”. O treinador não põe em causa a vitória do Benfica porque é “justa” mas, também, “exagerada”. O treinador sadino não quis deixar de “agradecer” à massa adepta do Vitória pelo “apoio dado” e que o deixa “orgulhoso”.
Forte apoio setubalense na deslocação à Luz
A equipa do Vitória de Setúbal fez-se acompanhar de muitos adeptos ao Estádio da Luz. Uma mancha verde cobria todo um canto do Estádio da Luz. Para Lisboa deslocaram-se cinco autocarros de apoiantes setubalenses. Dois desses autocarros foram levados pela claque VIII Exército.
Paulo Trindade, líder da claque, revela que o VIII Exército levou “cerca de 120” adeptos para o jogo frente ao Benfica. O líder da claque pretende, “sempre que possível”, “acompanhar a equipa do Vitória” com o “maior número” de pessoas que puder.
No final do jogo alguns adeptos mostravam-se “descontentes” com o resultado. Para Paulo Sousa, adepto do VIII Exército, o Vitória “jogou mal na defesa” e o brasileiro Jorginho “não rendeu” o que rendia “noutros jogos”. O adepto partilha da mesma opinião de José Couceiro ao dizer que “a vitória do Benfica é justa mas o resultado é exagerado”.