[ Dia 12-11-2004 ] – Fertagus reforça circulação de comboios entre Setúbal e Lisboa.

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Fertagus reforça circulação de
comboios entre Setúbal e Lisboa

A Fertagus, empresa concessionária da exploração do “comboio da ponte”, reforçou o serviço com a “introdução de mais dois comboios nas horas de ponta da tarde”. Além disso, de acordo com o administrador da empresa, Cabaço Martins, procedeu-se ainda à “transformação de cinco composições simples em unidades duplas”. A Fertagus pretende fazer face às “alterações provocadas pelo prolongamento até Setúbal”, já que “muitos comboios da tarde chegam cheios às estações” e os utentes “ficam na plataforma”.

Para “responder às necessidades dos utentes”, a Fertagus decidiu proceder a “ajustamentos” em determinados segmentos do serviço que “já não estavam adequados”. Por isso, houve um “reforço da circulação” no eixo ferroviário Norte-Sul e um “ajustamento dos horários dos autocarros da Sulfertagus”.

Na altura em que abriu a extensão entre Coina e Setúbal, a 6 de Outubro, muitas foram as críticas dos utentes que diziam estar a ser “prejudicados” pelo prolongamento do serviço. As pessoas queixavam-se que os novos horários implicavam “um maior período de espera entre comboios”.

Além disso, a procura aumentou e, sem a necessária compensação com novos comboios, muitos utentes não conseguiam entrar nos comboios que já chegavam cheios às estações. Cabaço Martins refere ainda a existência de uma “nova configuração da procura”, pois “houve uma transição de pessoas para outros comboios”, o que faz com que, em certos horários “haja mais pessoas do que antes”.

Outro ajustamento necessário face às mudanças ocorridas no eixo ferroviário Norte-Sul é a “alteração dos horários dos autocarros da Sulfertagus”, que fazem ligação com as estações ferroviárias. Por exemplo, a circulação das carreiras 1N e 1P passou a começar mais cedo e foi criada uma carreira com destino ao Parque Industrial do Seixal. Os autocarros da Sulfertagus já servem, também, a estação de Coina, mas não vão às restantes estações novas, pois estas são servidas pelos autocarros da empresa Transportes Sul do Tejo (TST).

Cabaço Martins acredita que existe uma “boa articulação” entre o comboio, parques de estacionamento e transportes públicos rodoviários, sobretudo nas estações de Coina e Setúbal. No futuro, o administrador da Fertagus espera que esta articulação venha a funcionar “ainda melhor”.

Estação de Coina é a mais concorrida das novas estações

A estação de Coina, no concelho do Barreiro, “é a mais concorrida entre as novas estações” que entraram em funcionamento no passado dia 6 de Outubro. Para além do aumento de passageiros no comboio, em Coina, o parque de estacionamento registou uma “forte adesão” nestas primeiras semanas. No entanto, também em Setúbal se tem registado uma “grande procura de informação” sobre o serviço e “muitos pedidos de cartão-cliente”.

O cartão-cliente é uma espécie de “cartão de identidade dos clientes ou potenciais clientes da Fertagus”, explica Cabaço Martins. A posse deste cartão “não implica, necessariamente, que a pessoa tenha de comprar títulos (passes ou bilhetes) da Fertagus”, mas os utentes dos transportes desta empresa “precisam do cartão para obter os títulos nas bilheteiras automáticas”. Para além de um aumento de pedidos verificado em Setúbal, é também “interessante constatar o aumento de pedidos oriundos da margem norte, com potenciais clientes residentes em Lisboa e arredores”.

Em Setúbal, onde, até há três semanas, só existia uma máquina automática de venda de bilhetes, também já está a funcionar uma bilheteira da Fertagus. Este foi um dos aspectos mais criticados pelos utentes da capital de distrito que começaram a utilizar o comboio, no dia 6 de Outubro. No entanto, Cabaço Martins explica que não foi um esquecimento, mais sim um “pequeno atraso” na colocação de equipamento. Assim, entre Lisboa e Setúbal, apenas as estações de Venda do Alcaide e Palmela não têm bilheteira. Os utentes adquirem os títulos de transporte nas máquinas automáticas, acompanhadas por funcionários de apoio ao cliente.

Com a colocação da bilheteira em Setúbal, a Fertagus “reforça a qualidade de uma estação importante”, por ser terminal e por ser, precisamente, a capital de distrito. Cabaço Martins revela ainda que esta é uma estação onde a concessionária do comboio da ponte “vai continuar a apostar”.

Por isso, apesar de ainda não dispor de dados estatísticos, Cabaço Martins faz um balanço “positivo” da abertura da travessia entre Coina e Setúbal. A adesão ao novo serviço “está muito próxima das expectativas da empresa”, adianta, mas é ainda necessário “mais tempo para consolidar números”

Também a empresa TST “necessita de mais tempo” para avaliar as consequências da entrada em funcionamento das novas estações do comboio da ponte. O administrador Guedes Machado disse ao “Setúbal na Rede” que os números disponíveis “ainda não são muito concretos”. Contudo, já dá para perceber que houve um “decréscimo da procura” das carreiras entre Setúbal e Lisboa.

Os números são ainda “pouco rigorosos” e “não permitem fazer, para já, se houve uma consolidação da procura”. Guedes Machado garante, no entanto, que a TST vai “acompanhar a situação de perto” para proceder a “eventuais ajustamentos”, “quando houver uma certeza dos comportamentos dos utentes”. Isto porque, justifica o administrador, o mês de Outubro “foi muito irregular em quase todas as empresas transportadoras”

Dai que, neste momento, o decréscimo de procura registado tenha, ainda, “pouco significado”. Grande parte das alterações está relacionada com um “comportamento anormal” dos utentes, no mês anterior. No entanto, Guedes Machado garante que caso se venha a verificar que o decréscimo se consolida, a empresa “vai ter de reestruturar e reforçar a oferta”seta-2953729