[ Dia 11-11-2004 ] – JSD de Quinta do Conde em ruptura com PSD local.

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JSD de Quinta do Conde em ruptura com PSD local

A direcção do núcleo da Juventude Social-Democrata (JSD) de Quinta do Conde demitiu-se em bloco e atribui culpas ao núcleo local do PSD. De acordo com o presidente demissionário da JSD, Nuno Silva, o PSD da Quinta do Conde tudo tem feito para “bloquear e prejudicar as actividades” dos jovens social-democratas. “Nunca houve o apoio normal entre estruturas de partido”, refere Nuno Silva, que acusa as pessoas que constituem o PSD local de estarem “a matar o partido”.

A conviverem nas mesmas instalações, PSD e JSD “nunca trabalharam em conjunto”, porque “o PSD assim não quis”, garante Nuno Silva. Para o presidente demissionário, o PSD de Quinta do Conde “nunca gostou muito do forte crescimento da JSD, nos últimos anos” e, por isso, “não proporciona boas condições de trabalho à jota”. Muito pelo contrário, “cria alguma hostilidade e prejudica as actividades realizadas pela JSD”, acusa.

Nuno Silva refere que o PSD “falta propositadamente às iniciativas da jota”, como é o caso dos dois jantares organizados, este ano, uma para comemorar os 30 anos do PSD e outro com Marcelo Rebelo de Sousa. Diz ainda que o PSD “rejeitava a cedência de sala na sede do partido”, bem como “proibia a abertura da sede para os jovens, ao fim-de-semana”. Agora, com a saída do PSD da sede, Nuno Silva afirma que “desapareceu muito material pertencente à JSD”.    

Nuno Silva sublinha que a jota “tudo tem feito para defender os interesses da população de Quinta do Conde” e “ajudar a encontrar soluções para os problemas”. Uma das principais preocupações prende-se com a “situação dramática” em que se encontra a educação nesta freguesia do concelho de Sesimbra. O responsável sublinha os “esforços” realizados para “ajudar a solucionar o problema da escassez de escolas”, mas que “não foram compensados pelo Governo”.

A JSD defendia, inicialmente, a construção de duas escolas em Quinta do Conde, nomeadamente, uma Básica Integrada e uma Secundária. No entanto, optou, depois, por uma “alternativa viável” que consiste na construção da Escola Básica Integrada e alargamento da Escola 2,3 + S, com a criação de mais dois blocos de sala de aula. O PIDDAC de 2004 contemplava a construção de uma Escola Secundária com uma verba “irrisória”. Para 2005 o Governo “retirou a Escola Secundária para colocar uma nova Escola Básica Integrada”, mas também com uma verba “irrisória” de 50 mil euros. 

Para a JSD de Quinta do Conde, esta medida é “inaceitável” e, para além de criticar o Governo, Nuno Silva aponta o dedo ao PSD local que, devido à sua “passividade e incapacidade política, prejudica os jovens da vila”. Nuno Silva lamenta a “atitude deste tipo de políticos” que, aos poucos, “estão a matar o bom trabalho realizado, anteriormente, pelo PSD local”. “São pessoas sem ideias”, refere, e que “contribuem para a má imagem que a população tem dos políticos que prometem e não fazem nada”.

Por estes motivos, a direcção da Comissão Política de Núcleo da JSD de Quinta do Conde “já apresentou a demissão formal aos órgãos nacionais”. Esta é uma forma de bater o pé ao que se passa na política local que “necessita de ganhar uma nova credibilidade”. Para Nuno Silva, “isso só se consegue com novas pessoas e outras mentalidades à frente do PSD”.

Já o presidente do núcleo do PSD de Quinta do Conde, Vítor Assunção, não quis tecer comentários aos motivos que levaram a direcção da jota a demitir-se. Vítor Assunção disse apenas ao “Setúbal na Rede” que “a JSD é uma estrutura independente que toma as suas próprias decisões”. O responsável confirma ainda que, neste momento, o PSD de Quinta do Conde está desalojado e “à procura de novas instalações”. seta-2545826