[ Dia 12-11-2004 ] – Ponte 25 de Abril e A2 são as zonas de Almada com mais ruído

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Ponte 25 de Abril e A2 são as
zonas de Almada com mais ruído 

A Ponte 25 de Abril e a Auto-Estrada do Sul (A2) são as zonas que “concentram maiores níveis de ruído”, no concelho de Almada, revela a responsável pelo Plano Municipal do Ambiente, da Câmara Municipal, Catarina Freitas. A zona onde existe “menos ruído” é em toda a parte oeste do concelho, por exemplo, “a zona da Aroeira e da Charneca de Caparica”. São dados da Carta de Ruído do concelho de Almada que foram apresentados hoje.

Os problemas de ruído “acontecem em toda Europa”, pois com o crescimento das cidades, “também aumenta o impacto sonoro”. Catarina Feitas salienta que “cerca de 95% dos problemas de ruído devem-se ao tráfico rodoviário”. Almada é a cidade que está mais perto de Lisboa, por isso quem tem que se deslocar à capital “passa obrigatoriamente” por Almada. As zonas verdes e residenciais deste concelho são locais onde “não passa muito trânsito” e, por isso, os níveis de ruídos “são mais baixos”.

Diariamente, passam na ponte 25 de Abril cerca de 160.000 veículos. O acesso “é limitado pela A2” e a entrada mais próxima “localiza-se a 9 km a sul do nó de Almada”. Assim, os veículos “têm que atravessar o concelho” para poder entrar na capital. Na Avenida Bento Gonçalves, “passam, por dia, cerca de 30 mil veículos”. Foi feito um inquérito na semana da mobilidade e a maior preocupação revelada pelos munícipes “foi mesmo o congestionamento de tráfego”, já que este provoca muito ruído, refere Catarina Freitas.

Foi também realizada uma simulação dos níveis de ruído com a entrada em funcionamento do metro sul do Tejo (MST). Segundo Catarina Freitas, “algumas zonas podem ficar mais fustigadas e outras nem tanto”, mas “no global vai melhorar bastante”.

Lisboa e Almada são “as únicas cidades do país que têm uma Carta de Ruído”. A responsável pela Plano Municipal do Ambiente gostaria que “mais cidades o tivessem”, pois “seria importante poder trocar informação e experiências com outros municípios”.

O representante do Centro de Análises e Processamento de Sinais (CAPS), do Instituto Superior Técnico, Diogo Alarcão explica que “os métodos previsionais utilizados para a cidade de Almada são os mesmos para Paris, Bruxelas e Birmingham”. Este método é utilizado como “mapeamento de ruído” e em “custos e tempo mais reduzidos, distinções das fontes de ruído” e “simulação de cenários”. No entanto, existem “dois contras”, que são a “necessidade de dados de base e erro associado”.

Nas cidades de Madrid e Atenas, são antes utilizadas as medições acústicas. Este método “permite grande exactidão”, apesar da “ausência de dados de base”, para além de “incluir todas as fontes de ruído”. No entanto, também há aspectos negativos, nomeadamente “o custo e tempo”, com também “uma avaliação estática”, explica Diogo Alarcão.

Luís Bento Coelho, também do CAPS, refere que cerca de quatro milhões de europeus “encontram-se expostos a níveis de ruído prejudicais à saúde e bem-estar”. Existem “dois tipos de limites para níveis de ruído”, que são “as zonas sensíveis e as zonas mistas”. As primeiras são “áreas onde estão situadas escolas e hospitais”, onde, durante o dia, os níveis de ruído não podem ultrapassar os 55 decibéis e à noite os 45.

As zonas mistas correspondem aos locais de comércio e serviços. Aqui, durante o dia, os níveis de ruído não podem ultrapassar os 65 decibéis e à noite os 55. A classificação deste tipo de zonas é da “competência das câmaras municipais”. Estas devem “promover a elaboração de mapas de ruído”, com o objectivo de “enquadrar os instrumentos de ordenamento do território”, explica Luís Bento Coelho. seta-2414980