[ Dia 08-11-2004 ] – PS acusa Governo de promover o maior desinvestimento no distrito.

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PS acusa Governo de promover o maior desinvestimento no distrito
A presidente da Federação Distrital do PS, Maria Amélia Antunes, garante que Setúbal regista “a maior descida de todo o país, sem paralelo em qualquer outro distrito”. O Plano de Investimento e Despesa da Administração Central (PIDDAC) dita uma quebra “de 40%” que é agravada “pela redução de fundos comunitários”.

O investimento no distrito de Setúbal fica atrás de distritos menos populosos como Aveiro, Faro, Coimbra e Santarém. Maria Amélia Antunes considera que ficam de fora “os grandes planos estratégicos” como “a terceira travessia do Tejo e os Polis da Costa da Caparica e de Setúbal”. O próprio Plano Integrado para a Península de Setúbal (PIPS), idealizado pelo ministro das Finanças, Bagão Félix, também “não está consagrado no PIDDAC”.

“Setúbal é um distrito abandonado pelo Governo” e, segundo o deputado socialista Joel Hasse Ferreira, as visitas do ministro Fernando Negrão à região “não branqueiam a triste realidade”. Para o também deputado Eduardo Cabrita, a descida do PIDDAC para o distrito “reforça as assimetrias entre as margens norte e sul do Tejo”. O desinvestimento “reflecte a aposta do Governo numa Área Metropolitana de Lisboa a duas velocidades”

O Litoral Alentejano também “foi esquecido”, pois o Governo “não investe na plataforma económica de Sines”. Os socialistas criticam ainda as declarações “desgarradas e inconsequentes, além de tecnicamente erradas” do ministro António Mexia sobre a passagem do TGV na Ponte 25 de Abril.

Apesar do deputado Luís Rodrigues ter garantido que a verba para a recuperação do Convento de Jesus está no PIDDAC do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), os socialistas desmentem. Maria Amélia Antunes frisa que “a pouca preocupação com o património” fica provada no igual abandono “a que foi votado o Santuário do Cabo Espichel”. Neste tema, nem o social-democrata Luís Rodrigues ficou feliz, uma vez que esta “é uma das grandes vontades da Comissão Distrital do PSD”.  

O orçamento não mostra uma orientação económica “clara” e o socialista Eduardo Cabrita acrescenta que o documento “carece mesmo de credibilidade política”. A própria credibilidade externa do país “está a ser afectada” e “há uma ameaça de baixa no ‘Ranking’ Internacional das Finanças Públicas”.

PIDDAC para o Montijo deixa de fora obras estruturantes

Maria Amélia Antunes é também presidente da Câmara Municipal do Montijo, concelho onde algumas obras estruturantes “ficaram de fora”. Em termos de acessibilidades, o PIDDAC para o próximo ano não contemplou a variante da Atalaia, nem a Circular Externa do Montijo. A esquadra da PSP fica igualmente adiada, “apesar da autarquia já ter disponibilizado um terreno”.

A presidente da câmara destaca que o Hospital do Montijo continua sem uma solução. O deputado Alberto Antunes acrescenta que o PSD, enquanto oposição, “sempre se bateu por um novo hospital no Montijo”. Por uma questão de “credibilidade política” devia cumprir “aquilo que sempre prometeu ao eleitorado”. Já o deputado social-democrata, Luís Rodrigues, prefere dar ênfase à futura Escola do Esteval, que “foi finalmente incluída em PIDDAC”.seta-9283263