Vereadores da oposição apreensivos
com futuro do centro do Barreiro
O projecto de urbanização do Campo das Cordoarias foi aprovado, em sessão de câmara, sem maioria absoluta. O vereador social-democrata, Mendes Costa, votou contra porque o actual PDM para a zona das Cordoarias “exige a elaboração de um Plano de Pormenor (PP)”. O vereador da CDU Joaquim Matias absteve-se pois defende a necessidade “de um estudo de impacto no Comércio Local e no Trânsito”. “É preciso avaliar as consequências da construção de uma grande superfície comercial” e “acautelar medidas”, reforça Joaquim Matias.
“Legalmente, é preciso um Plano de Pormenor”, adianta Mendes Costa, “que ainda não foi feito”. Até porque, a existência de um PP “exige uma discussão pública”. Além disso, a utilização futura a dar aos estacionamentos preocupa Mendes Costa. “Não está claro se o estacionamento vai ser público ou não” e “os barreirenses têm o direito de negociar taxas”, caso estas sejam aplicadas.
Está a permitir-se a construção de uma grande superfície comercial que “pode pôr em perigo o comércio tradicional da Rua Miguel Bombarda e da Avenida Alfredo da Silva”. O presidente da Associação de Comércio e Serviços do Barreiro e Moita, Faustino Reis, acrescenta que o facto de dois mercados ficarem paredes-meias com o futuro centro “pode ser prejudicial”. O próprio trânsito no centro da cidade pode agravar-se porque Barreiro “tem 33 mil viaturas”, fora as dos visitantes.
Por estas razões, o vereador comunista, Joaquim Matias, quer ver acauteladas as consequência “através de um Estudo de impacto no Comércio Local e no Trânsito”. Os estudos serviriam “para minimizar as consequências”. Isto porque, a futura zona comercial corresponde “a mais de metade do tamanho do centro das Amoreiras”, em Lisboa. Joaquim Matias considera que aprovar o projecto sem estes estudos “é uma inconsciência”.
O “Setúbal na Rede” aguarda a resposta ao pedido de esclarecimentos feito ao vice-presidente, Luís Cerqueira.