[ Dia 19-11-2004 ] – PS critica insuficiências dos transportes do distrito

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PS critica insuficiências dos transportes do distrito 

A secretária nacional do PS para a área dos transportes, Ana Vitorino, acusa o Governo de optar por uma política de transportes “marcada pela falta de credibilidade” e “prejudicial para o desenvolvimento sustentável”. No caso do comboio da ponte, o Governo “não cumpriu a promessa de colocar mais comboios a circular”, o que leva a “população a optar de novo pelo transporte particular”. A responsável critica ainda os “atrasos” numa obra tão importante para o distrito como é o Metro Sul do Tejo (MST).

A secretária nacional do PS para os transportes visitou, esta manhã, a estação ferroviária do Pragal onde reuniu com a administração da Fertagus. A responsável conclui que existem “muitas insuficiências no funcionamento do comboio da ponte”, nomeadamente em relação à “pouca frequência de comboios face aos horários escolhidos”, o que torna as horas de ponta “caóticas”. O conforto também “não corresponde ao que foi anunciado à população”.

“Estava previsto um aumento de oito circulações para dez”, mas “isso não aconteceu”, uma vez que “o contrato de concessão não é suficiente para tal”, refere. Antes de abrir a extensão até Setúbal, “havia oito circulações por hora” e, agora, “passou de oito para seis”, garante a Secretária Nacional do PS para os transportes.

“No dia da inauguração, o ministro António Mexia previa 100 mil passageiros por dia”, porém, “reduziu o serviço”, o que se mostra “contraditório” com aqueles objectivos. “Actualmente o número de passageiros regista-se entre os 75 mil a 80 mil”, refere Ana Vitorino. “Várias pessoas já manifestaram o seu desagrado com esta situação”, garante. “O número de passageiros tem crescido 6%, por ano”, porém, em 2005 “prevê-se que seja apenas de 4%”.

Depois de sair da reunião com a administração da Fertagus, Ana Vitorino concluiu que “existem posições que variam entre análises técnicas e de política de transporte”. Agora, “aguarda-se o que se vai resolver da renegociação do contrato de concessão”, que “assenta na metodologia para compensação financeira”. A negociação deverá terminar até ao final do ano e o PS exige que o Governo “trate com seriedade os transportes e as pessoas”.

A empreitada do MST também merece as críticas dos socialistas. Os atrasos que se verificam na concretização do MST apontam já para uma “derrapagem de atraso na obra de nove meses”, acusa a responsável. As “perturbações e indecisões” que se registam “comprometem irreversivelmente o cumprimento do final de 2005 como data para a entrada em serviço do sistema”. Alem disso, “evidenciam a falta de eficiência das condições em que este importante empreendimento vem sendo conduzido pelo Governo”, alerta o PS.

“Os maiores problemas registam-se em Coina”, pois esta é uma estação em que entra muita gente. Melhorar esta situação será “uma aposta no conforto e na qualidade para a população”, pois, “apenas assim, as pessoas escolhem o comboio em vez do carro”, salienta Ana Vitorino. A renegociação conta já com um atraso de dois anos.

Com a construção do MST, para a extensão de Corroios e Pragal colocam-se dois problemas. Em primeiro lugar, porque “com as obras do metro torna-se mais difícil chegar às estações e passar todo o congestionamento, tanto na ponte como na estação”. Isso leva “as pessoas a optarem antes pelo carro”. Outro problema, com um “forte efeito”, é ser “muito difícil captar pessoas que já utilizaram e, entretanto, desistiram”.

O anúncio de que o TGV pode passar na ponte 25 de Abril é “bizarro”. Para que isso pudesse acontecer, seria necessário “existir uma estrutura com capacidade ferroviária na ponte 25 de Abril”. Questões como a das doze circulações por dia e se pode ou não estar mais do que um comboio em cima da plataforma “têm de ser analisadas com muita atenção”.seta-1603973