Freeport não ajuda a diminuir
o desemprego em Alcochete
O Partido Popular (PP) não está “satisfeito” com as consequências da abertura do Freeport para a diminuição do desemprego no concelho. O presidente da comissão política concelhia, Zeferino Boal, relembra as “promessas” feitas pelo presidente da câmara de que o ‘outlet’ iria oferecer mais de dois mil postos de trabalho à população de Alcochete. No entanto, isso “não se verificou” e a taxa de desemprego “mantém-se”.
Zeferino Boal não compreende como é que a autarquia não aproveitou a oportunidade de um empreendimento “potenciador de empregos” para proporcionar mais qualidade de vida e postos de trabalho à população. A nível nacional trata-se, de facto, de um “investimento com grande impacto”, mas a nível local, Alcochete “não usufruiu desta mais-valia”.
Segundo os dados disponíveis, entre Janeiro e Setembro “apenas 40 pessoas saíram do desemprego no concelho”. Esta situação contraria as expectativas de que uma percentagem dos postos de trabalho do Freeport seria para a população de Alcochete. Contraria, também, “a propaganda feita pelo presidente da câmara de que o projecto veio para o município por iniciativa da autarquia”, refere.
Zeferino Boal realça que foram os investidores estrangeiros a interessarem-se pelo concelho “e não as gestões camarárias do Partido Socialista ou do Partido Comunista”. No entanto reconhece o “grande impacto comercial” do Freeport, a nível local e nacional. Esta situação tem consequências positivas a nível turístico, pois traduziu-se num “grande afluxo de pessoas à vila”.
Outra questão que ficou “muito aquém das expectativas” diz respeito às acessibilidades. Também em relação a esta matéria houve “muitas promessas”, mas “os problemas mantém-se” desde a abertura” do ‘outlet’. Isto porque, as estradas “terminam à porta do Freeport” e, depois, também “não há passeios para as pessoas caminharem”.
O PP de Alcochete está também preocupado com a “falta de um plano estratégico e de desenvolvimento urbanístico” para o concelho. Zeferino Boal refere que “não há uma área pré-definida” para a expansão urbanística da vila. Alcochete “tem condições para ser um concelho modelo”, mas “há medidas que têm de ser tomadas, sob pena deste desenvolvimento ficar comprometido”. Por exemplo, “não faz sentido uma zona comercial estar junto a zonas agrícolas”.
Outro problema urbanístico diz respeito ao facto de os antigos executivos camarários “terem permitido construir armazéns sobre linhas de água”. Para todos os que vivem em Alcochete esta situação pode “agravar-se, em vários campos, e trazer várias preocupações”, afirma Zeferino Boal.