PS acredita que decisão de Sampaio
foi o melhor para o distrito
O deputado do Partido Socialista eleito pelo círculo de Setúbal, Joel Hasse Ferreira, considera que Jorge Sampaio tomou a decisão “certa” ao anunciar a dissolução do Parlamento. Para Hasse Ferreira o Governo de Santana Lopes estava a “apodrecer”, com a agravante de que o primeiro-ministro revela “uma grande falta de sentido de Estado”. É também uma boa decisão para o distrito que foi alvo de uma proposta de PIDDAC “assassina” para o seu desenvolvimento.
O deputado socialista considera que o Presidente da República não tinha outra alternativa dada a “situação de instabilidade política, social e económica” que este Governo estava a provocar no país. Agora, “será o povo soberano a escolher qual o futuro que quer para o país”. Quanto ao PS, garante que o partido “está unido e preparado” para a batalha eleitoral que se avizinha e o programa de Governo “está a começar a ser preparado por António Vitorino”.
Apesar de considerar que o Orçamento de Estado (OE) apresentado pelo Governo de coligação é “muito negativo para o país”, Hasse Ferreira garante que o PS “está disponível para a sua aprovação ou não”. Perante a não aprovação, o país vai viver em duodécimos nos próximos meses. No entanto, o deputado garante que seja qual for a decisão do Parlamento, “se o PS ganhar as eleições vai apresentar um orçamento que rectifique este”. É também objectivo dos socialistas apresentar novas propostas para “desenvolver uma estratégia para o distrito de Setúbal” e promover o seu “re-arranque a todos os níveis”, nomeadamente, para combater o desemprego.
Titta Maurício defende que PP deve ponderar coligação
Já o vice-presidente da Comissão Política Distrital do CDS-PP, João Titta Maurício, defende que “não havia razões substanciais que justificassem, neste momento, a dissolução da Assembleia da República”. Para o responsável, o momento também “não foi o mais adequado”, já que Portugal se encontra “no caminho da recuperação económica”.
“Se o Presidente da República tinha dúvidas sobre este Governo deveria ter convocado eleições antecipadas assim que Durão Barroso saiu”, sublinha. Agora, “quando se começava a notar o trabalho em prol da recuperação e desenvolvimento do país”, este é “interrompido pela decisão de dissolução do Parlamento”. Em termos do distrito de Setúbal, o Governo ia agora “apostar em projectos com potencial de atrair investimentos para Setúbal”. Por isso, defende que a decisão de Sampaio acontece na altura “mais conveniente para o PS e na menos conveniente para o país”.
Titta Maurício afirma que o PP está “orgulhoso” do “bom trabalho” desenvolvido pelos seus ministros e pelos populares que ocuparam altos cargos na Administração Pública nos últimos dois anos. Acredita, por isso, que o eleitorado de direita vai “saber valorizar o trabalho realizado” e que “não há razões para que o PP não concorra sozinho às eleições legislativas antecipadas”.
No entanto, não rejeita a ideia de se avançar para uma coligação com o PSD, mas “a decisão da proposta tem de partir dos social-democratas”. Titta Maurício explica que o anúncio de Paulo Portas na passada quarta-feira de que o PP vai concorrer com listas próprias “não é definitivo”. O líder do partido apresentou uma proposta, mas “será o conselho nacional do PP que vai decidir o caminho a seguir”.
Por isso, mesmo estando preparado para concorrer sozinho, “se os interesses nacionais assim o ditarem e houver proposta do PSD”, os dois partidos “poderão surgir coligados”. Para que isso aconteça, defende que todos os membros da coligação têm de ter “consistência nas suas atitudes” e estarem “conscientes do seu vínculo à coligação”. Também “não basta que haja uma coligação para esconder símbolos” ou por uma “questão de poder”, mas “tem de haver um projecto de poder a pensar no país”, conclui.