Futura marina de Setúbal
vai custar 80 milhões de euros
A empresa Celtic Marine já entregou à Câmara de Setúbal o ante-projecto para a construção de uma marina atlântica na cidade, que terá um custo de 80 milhões de euros. O responsável pelo projecto, Emanuel Pacheco, disse ao “Setúbal na Rede” “já existem garantias de financiamento por parte de três investidores na área da imobiliária”. A futura marina de Setúbal vai ter capacidade para 600 embarcações de recreio, dois navios de cruzeiro e vai reservar 11 lugares para super-iates.
A Celtic Marine é uma empresa de investidores internacionais que decidiu “responder ao repto lançado, há dois anos, pelo presidente Carlos de Sousa” e, assim, apostar na construção de uma marina atlântica em Setúbal. Na Celtic Marine existem “três grandes pilares”, nomeadamente a empresa Valorum, à qual pertence o arquitecto Emanuel Pacheco e que é responsável pela elaboração do projecto, e mais duas pessoas com “experiência reconhecida na área da náutica”. É o caso do construtor Bill Green, que empreendeu, recentemente, uma das maiores marinas do mundo, em Malta, e também de Mike Hadley, que gere os serviços da Celtic Marine na Nazaré.
Segundo os estudos preliminares realizados pela Celtic Marine, “a melhor localização para a futura marina é entre a Doca dos Pescadores e o antigo Parque de Campismo Toca do Pai Lopes”. A nova infra-estrutura, que, a ser construída, vai ser “uma das maiores e mais luxuosas do país”, pode receber até 600 embarcações de marina e recreio, com “a importância acrescida de prever 11 lugares para super-iates”. Isto porque, “há muita falta de lugares para super-iates nas marinas que existem na Europa”.
Além disso, o projecto prevê a construção de infra-estruturas de apoio em terra, a instalar num conjunto de cinco edifícios. Para além dos serviços técnicos e administrativos e toda a logística inerente ao funcionamento de uma marina, “os edifícios vão incluir lojas, restaurantes e bares”. Está também prevista uma área de construção imobiliária para mais de 100 apartamentos que “vão ser comercializados pelos promotores do projecto”.
Sem adiantar nomes, Emanuel Pacheco revela que os três promotores “já foram apresentados, em duas reuniões, ao executivo da Câmara de Setúbal”. Estes investidores “garantem o financiamento dos 80 milhões de euros que vai custar a marina”, que depois serão compensados “através da venda dos apartamentos”. “Nesses encontros foram apresentados documentos assinados por instituições bancárias que garantem o financiamento”, remata o responsável pela elaboração do projecto.
A Celtic Marine defende que a região de Setúbal “não pode desperdiçar a oportunidade de ter um empreendimento desta dimensão”. Em Setúbal “justifica-se plenamente” a construção de uma marina, “devido às condições geográficas, climatéricas e morfológicas aqui existentes”. Além disso, as belezas e recursos naturais do Estuário do Sado, bem como o facto de Setúbal estar no clube das mais belas baías do mundo, “justificam a construção do ponto de vista turístico”.
“A marina vai gerar dinâmicas no concelho, atrair milhares de turistas e contribuir para o desenvolvimento económico-social”, defende Emanuel Pacheco. Isto porque, uma infra-estrutura desta dimensão “vai permitir criar largas centenas de postos de trabalho, directos e indirectos”. O presidente da câmara, Carlos de Sousa, já referiu que a construção de uma marina “pode ser determinante para o desenvolvimento do concelho”, mas que o Estado tem de assumir este projecto como “vital para Setúbal e para a região”.
Por isso, Emanuel Pacheco apela ao “interesse” do Governo em “acelerar o processo de licenciamento do projecto”, até porque os investidores “podem mudar de ideias se o processo se arrastar por muito tempo”. Com a divulgação do projecto através da comunicação social, a Celtic Marine pretende, ainda, “despertar as instituições locais e a população de Setúbal para o debate em torno da importância da marina”.
Para além do interesse do Governo, para que o projecto avance tem de ser incluído no Plano de Pormenor do Polis, que está em fase de conclusão. A construção da marina depende, ainda, de um protocolo a celebrar com a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) e de outros pareceres e aprovações por parte de entidades competentes. “Se fosse possível aprovar tudo isto hoje, daqui a seis meses já estariam a entrar barcos de recreio na marina de Setúbal”, remata Emanuel Pacheco.
O “Setúbal na Rede” tentou contactar, quer o presidente da Câmara de Setúbal, quer a APSS, mas ainda não foi possível obter esclarecimentos por parte destas entidades.