Líder distrital do PSD critica
“falta de razões” de Sampaio
O presidente da Comissão Política Distrital (CPD) de Setúbal do PSD, Luís Rodrigues, garante que o partido “está preparado” para as eleições legislativas antecipadas. No entanto, sublinha que a decisão de Jorge Sampaio em iniciar o processo de dissolução da Assembleia da República “é ainda uma promessa de intenções, sem qualquer razão objectiva”.
Luís Rodrigues sublinha que o Presidente da República “ainda não oficializou nenhuma decisão”, por isso “não se pode ainda chamar ‘decisão’” ao que aconteceu na passada terça-feira. Uma situação que causa “alguma confusão” e “deixa o Parlamento sem saber se está ou não já dissolvido”. Além disso, o também deputado eleito por Setúbal à Assembleia da República critica o facto de Sampaio “não avançar as razões concretas e objectivas” que o conduziram à opção por eleições antecipadas.
A nível distrital, Luís Rodrigues acredita que se o Orçamento de Estado (OE) for aprovado “nenhuma das obras e projectos para o distrito incluídos em PIDDAC estarão comprometidos”. Por outro lado, outros projectos que o Governo de coligação tem na forja para Setúbal “poderão não se concretizar”, caso o PSD não saia vencedor das eleições legislativas a realizar em Fevereiro de 2005.
No entanto, Luís Rodrigues prevê um cenário mais optimista e acredita que o futuro Governo “será mesmo social-democrata”. Garante ainda que o partido, quer a nível nacional, quer distrital, “está preparado” para o acto eleitoral que se avizinha. Amanhã à noite, a CPD do PSD vai reunir e dar inicio à preparação das legislativas no distrito de Setúbal.
Já o responsável pela Direcção da Organização Regional de Setúbal (DORS) do PCP, Jorge Pires, congratula-se pela decisão do Presidente da República que “só perca por ser tardia”. O comunista sublinha que há quatro meses, quando Sampaio indigitou o actual Governo, o PCP “alertou que essa não era a melhor opção”. A comprovar está o facto de que “hoje o país está pior, a todos os níveis”, e “muitas medidas governamentais que agravaram a situação poderiam ter sido evitadas”.
Jorge Pires garante que o PCP “está preparado” para o próximo acto eleitoral, pois desde há quatro meses que “o partido esperava esta eventualidade”. No entanto, sublinha que a decisão de Sampaio é ainda “muito recente” e “não é ainda oficial a marcação de eleições antecipadas”.
A decisão do Presidente da República surge três dias depois de Jerónimo de Sousa ter sido eleito secretário-geral do PCP, no Congresso do partido realizado em Almada. Um facto que não é relevante para Jorge Pires, já que “todas as estruturas partidárias intervém no trabalho de preparação de eleições”. “Não há uma centralização numa só pessoa, pois o trabalho depende do conjunto”, sublinha, daí que rejeite a afirmação de que esta batalha eleitoral seja encarada como uma prova de fogo para Jerónimo de Sousa.
Ao futuro Governo que venha a ser eleito em Fevereiro de 2005, Jorge Pires pede que “olhe para o distrito com outro olhos”. Setúbal tem “graves problemas”, nomeadamente as elevadas taxas de desemprego. O distrito tem sido alvo de num “forte desinvestimento” de que é exemplo o OE para 2005. Este é um orçamento “desfavorável”, já que os interesses da região “não estão contemplados” e “não inclui todos os investimentos que Setúbal precisa”.