[ Dia 30-11-2004 ] – Vitória deixa escapar liderança para o Porto

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Vitória deixa escapar liderança para o Porto

No Bonfim o Vitória de Setúbal consentiu a segunda derrota em casa por uma bola a zero diante do Futebol Clube do Porto. José Couceiro considera que “não defrontou uma equipa qualquer”, e que perdeu com uma “equipa muito forte e poderosa”. O treinador sadino dá os “parabéns ao Porto”, apesar de considerar o “resultado injusto”. Já Victor Fernandez, técnico portista, considerou a “vitória suada” e que só foi conseguida com o “sacrifício da equipa, com espírito e mentalidade de campeão”.

Local: Estádio do Bonfim, Setúbal
Árbitro:
Pedro Garcia

Vitória F. C.: Marco Tábuas; Ricardo Chaves; Èder; Hugo Alcântara; Sandro; Manuel José; Jorginho; Bruno Ribeiro (Nandinho, 87’); Zé Rui (Pedro Oliveira, 67’); Igor (Meyong, intervalo); Veríssimo

Treinador: José Couceiro

Disciplina: amarelo para Marco Tábuas aos 52 minutos e para Manuel José aos 60

FC Porto: Nuno; Jorge Costa; Pedro Emanuel; Ricardo Costa; Costinha; Quaresma (Pepe, intervalo); Diego (César Peixoto, 67’); Bosingwa; Maniche; Seitaridis; Hélder Postiga (Carlos Alberto, 77’)

Treinador: Victor Fernandez

Disciplina: amarelo aos 15 e 43 minutos para Jorge Costa, e consequente vermelho; amarelo para Nuno aos 36 minutos e para Carlos Alberto aos 75

Golos:
0-1 –
Jorge Costa (24’)

Neste jogo que contou com uma expulsão, para o lado do Futebol Clube de Porto, José Couceiro considerou que perdeu “uma excelente oportunidade para vencer o porto”. O treinador sadino já só pensa no próximo jogo, frente ao Marítimo, onde “é importante vencer” para alcançar as “seis vitórias que faltam para a obtenção do objectivo”, que passa pela manutenção.

José Couceiro “não” considera que esta derrota “comprometa as aspirações” da equipa mas sim a da “semana passada frente ao Gil Vicente”, que foi “extremamente penalizante”. A derrota frente ao Porto “não vai afectar” a capacidade psicológica da equipa que ficou “triste por ter perdido” mas que tem consciência de com quem é que perdeu.

O Porto vinha ao Bonfim, onde nos últimos 21 anos nunca perdeu. A equipa sadina até entrou melhor e com vontade de vencer. No entanto o Porto, à procura de regressar ao primeiro lugar da classificação, decidiu “tomar conta” do jogo enquanto que o Vitória de José Couceiro “apostava” mais no contra ataque.

À passagem do primeiro quarto de hora o Porto era quem mais atacava e criava perigo junto da baliza do Vitória. Numa boa jogada de insistência do ataque portista, Maniche remata de muito longe com a bola a embater na trave de Marco Tábuas. No entanto o árbitro considerou que o guarda-redes defendeu a bola a mandou marcar pontapé de canto. Na marcação do canto Jorge Costa apareceu livre de marcação dentro da área e inaugurou o marcador do jogo, ao fazer o golo portista.

O Porto justificava a vantagem, já que era a equipa que criava mais oportunidades de perigo junto da baliza sadina. Após o golo o Vitória procurou empatar o jogo, e num bom remate de Manuel José quase empatava o jogo, não fizesse Nuno uma excelente defesa para canto. Na marcação do canto a bola sobra para o ataque do Porto que, pelos pés de Quaresma, faz a melhor jogada do encontro. O jogador finta cinco adversários sadinos e dá a oportunidade a Diego de fazer o segundo golo para o Porto, no entanto o brasileiro desperdiçou a oportunidade.

A terminar a primeira parte o Porto ficou reduzido a dez jogadores devido a expulsão de Jorge Costa, por acumulação de cartões amarelos. Nos últimos minutos que restavam para terminar a primeira parte, o Vitória procurava mais o golo do empate enquanto que o Porto se limitava, aflito, a defender, à espera do intervalo.

Para a segunda parte os dois técnicos alteraram as equipas. Fernandez condicionado pela expulsão de Jorge Costa fez sair Quaresma para a entrada de Pepe, enquanto que José Couceiro lançou Meyong para o lugar de Igor. Ao intervalo o técnico sadino “apostou tudo” ao “substituir um lateral por um avançado”, com o objectivo de obter “o golo do empate e depois o da vitória”. Couceiro revela que “estava convencido que ia dar a volta ao jogo”.

E foi realmente o Vitória que entrou melhor no segundo tempo. No regresso do descanso o Futebol Clube do Porto quase abdicou de atacar, e limitava-se a defender os tímidos ataques sadinos. Fernandez já sabia como iria ser a segunda parte e considerou “lógico” que o Vitória de Setúbal “empurrasse o Porto para a defesa”. Os sadinos estavam a jogar com mais um elemento o que “condicionava o jogo”. No entanto o espanhol portista não achou que os ataques do Vitória obrigassem Nuno a grandes defesas. Para o técnico o Vitória “chegava à área mas não criava perigo” para o guarda-redes.

A segunda parte foi mais fraca do que a primeira e apenas o Vitória continuava à procura do golo do empate. Foi um final de jogo de nervos aquele a que os adeptos que se deslocaram ao Bonfim tiveram direito. O jogo terminava com os sadinos sobre a defensiva portista que sem demoras despachava a bola de qualquer maneira. Acabou por ganhar a equipa mais eficaz, enquanto que o Vitória justificava pelo menos o empate, devido ao que fez na segunda parte.

No final da partida José Couceiro considerou que “o Vitória dominou a segunda parte” ao contrário da primeira em que o jogo tinha sido mais repartido. O treinador sadino considerou que o Vitória “jogou bem pelas alas e teve sempre o controlo da bola”. Segundo o técnico a equipa sadina teve algumas possibilidades de fazer o golo, e o grande problema residiu mesmo no facto de não o conseguir.

Na segunda parte a equipa fez tudo e “quis ganhar o encontro”, enquanto que o Porto “não conseguiu controlar o jogo de forma nenhuma”, e jogou “claramente no contra ataque”. O treinador desabafou dizendo que “nem sempre ganha quem controla mais o jogo”, e que acabou por perder o jogo num “golo consentido” pela defesa do Vitória.

O treinador portista realçou o facto de os campeões nacionais virem de um ciclo de jogos complicados, como o jogo de Moscovo, para a Liga dos Campeões. O técnico salientou ainda o facto de jogar “metade do jogo com dez” elementos. Segundo Fernandez o mais importante é que apesar de “tantas adversidades” a equipa tem vindo a demonstrar que “tem força e vontade” para continuar a lutar nas competições em que está envolvida.  seta-8315452