[ Dia 27-12-2004 ] – Incêndio na Arrábida marcou o ano

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Balanço do Ano 2004 

Incêndio na Arrábida marcou o ano 

O incêndio que assolou, em Julho, a zona protegida do Parque Natural da Arrábida “foi o acontecimento mais marcante” deste ano, no distrito de Setúbal, refere ao “Setúbal na Rede”, o dirigente da Quercus, Francisco Ferreira. Para além das grandes proporções que o incêndio teve, “o facto de ser uma zona protegida também é de salientar”, diz o ambientalista. 

A marcar o ano está também “a não conclusão do Plano do Ordenamento do Território da Arrábida”. Francisco Ferreira tem muitas dúvidas se o plano vai ficar concluído até ao final do ano, tal como foi anunciado pelo ministro do Ambiente. Luís Nobre Guedes disse que o plano “não poderia ser mais adiado” e que, até ao final do ano, iria apresentar ao país um plano de intervenção para as demolições na Arrábida, tal como foi noticiado pelo “Setúbal na Rede”

Os atrasos nos Polis da Caparica e de Setúbal estenderam-se no ano 2004. As obras no âmbito dos programas de requalificação das zonas ribeirinhas dos concelhos de Almada e Setúbal ainda não avançaram e o atraso é já ”muito significativo”. Para Francisco Ferreira, a data de conclusão “contínua a ser uma incerteza”

De acordo com o ambientalista, o facto da população de golfinhos no Sado “ter vindo a diminuir é também uma situação preocupante”. O último golfinho que apareceu morto foi em Agosto, perto de Tróia. O mamífero tinha 15 anos e pertencia à população de 30 roazes que habitam no Rio Sado. 

No que diz respeito à qualidade do ar, na zona de Setúbal, Almada, Seixal e Barreiro “foram desenvolvidos programas” que “originaram uma redução de poluição” e proporcionaram “uma melhor qualidade do ar”. No que se refere à qualidade da água, Francisco Ferreira salienta o caso do derrame do fuelóleo, na zona da Mitrena, que o responsável considera “ser uma zona de risco”

A elaboração do Plano de Pormenor para a Mata de Sesimbra não foi esquecida pelo ambientalista, que prevê “muitas dificuldades na ocupação que está prevista para a zona da Quinta da Apostiça”. O empreendimento a ser construído no local apontava para uma área de 400 mil metros quadrados, mas, segundo o Plano Director Municipal, só pode haver construção numa área de 100 mil. Sendo uma zona verde, “tem de ser protegida”, visto que é umas das maiores áreas semi-naturais da Península de Setúbal, que abrange cerca de 8000 hectares. Outro Plano de Pormenor, mas este em relação ao projecto Nova Setúbal  também deixa apreensivo Francisco Ferreira.

O acontecimento mais recente, que preocupa Francisco Ferreira é a possibilidade do regresso da co-incineração, depois do secretário-geral do Partido Socialista (PS), José Sócrates, ter anunciado ao país que se ganhasse as legislativas iria avançar com a co-incineração. A serra Arrábida, mais precisamente o Outão onde está localizada a cimenteira Secil, era umas das três localidades para instalar o sistema. Por isso, o ambientalista lança um alerta para a necessidade de “um empenhamento e acompanhamento”, por parte das câmaras e das juntas. seta-6311801