Margueira

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De: Ricardo Nunes
Date: 20-08-2000

Comentário

É sabido que a Península de Setúbal faz parte da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e todos os documentos de planeamento estratégico da Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo (CCRLVT) dizem isso amplamente.

Na nossa perspectiva, a Península de Setúbal é mesmo o coração da Área Metropolitana de Lisboa e deve organizar-se nesse pressuposto.

Lisboa não é uma cidade entre duas margens, atravessada pelo Tejo. Aceitar isso seria modestamente aceitar empurrar a Outrabanda um pouco mais para Sul; seria aceitar as teses do outrabandismo bacoco – a vilória nos arrabaldes da cidade, para viverem paredes meias, mas separados em níveis de conforto diferenciados, cidadãos de duas classes, urbanos e suburbanos. E é preciso estar atento, porque os índices apresentados na caracterização macroeconómica denunciam claramente que o outrabandismo ameaça a Península de Setúbal (37% da população residente na Grande Lisboa produz só 18% da produção da Grande Lisboa e, claro, o poder de compra está a mais de 70 pontos percentuais da região da Grande Lisboa).

Nós queremos que Lisboa seja uma grande metrópole entre dois estuários, que ofereça a todos os cidadãos a mesma qualidade de vida urbana. Uma grande metrópole urbana onde também há jóias como a Arrábida, Sintra, Tróia ou a Caparica, por exemplo.

A proposta de valorização do aterro da Margueira que temos vindo a discutir em público é verdade que respeita apenas a uma parcela ínfima da AML mas, no plano estratégico nacional, apoiar o projecto significa dar luz verde para uma grande obra estruturante numa das zonas de oportunidade do coração da AML, que coloca Lisboa no ranking das grandes metrópoles europeias competitivas, em paralelo com os outros dois polos ibéricos de Madrid e Barcelona.

Caminha-se para uma metrópole europeia de cinco milhões de habitantes estendida desde Mafra a Alcácer do Sal, entre o Tejo e o Sado.

Fica lançada para muito tempo uma dinâmica de infraestruturação de todo o território da AML, que marca uma época: a marginal sul do estuário do Tejo a complanar as águas baixas para ligar Almada a Alcochete, o malmequer da rede viária de distribuição de tráfego centrado na plataforma logística de Coina, a rede única metropolitana (AML) do Metro, a integração dos portos e aeroportos da AML, as muitas mais pontes e túneis necessários para a perfeita interligação das margens, as redes de recolha e tratamento de lixos e esgotos e de distribuição de água e energia para servir a nova realidade urbana, as redes de comunicações de banda larga, o desenvolvimento de mais “Central Business Districts” (CBDs) em outras áreas de oportunidade na Península de Setúbal, que é, repita-se, o coração da Área Metropolitana de Lisboa.

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